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Grupos de família são os maiores disseminadores de fake news no Whatsapp revela pesquisa da USP

  • 13 de jun. de 2018
  • 3 min de leitura

Professores e jornalistas comentam resultado e os caminhos da informação


Foto: Reprodução

Por: Maicon Adão

Quem nunca recebeu uma notícia falsa em um grupo de família? Mas, sabia que ele é o maior disseminador da chamada fake news? Quem revela isso é uma pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), revelando que os grupos de família, são os maiores propagadores de notícias falsas no Whatsapp.


Segundo reportagem da BBC Brasil, foi realizada uma pesquisa com 2.520 pessoas, que responderam a um questionário online. O método derivou-se de um estudo israelense, buscando a origem de boatos disseminados pelo Whatsapp, relacionados ao sequestro de três jovens na Cisjordânia em 2014.


Jornalista, professora e coordenadora do curso de Jornalismo do Centro Universitário do Sul de Minas (Unis), Gisele Nishiyama, tem suas ressalvas quanto à pesquisa, mas reforça que já recebeu muitas notícias falsas derivadas de várias redes sociais. Acredita ainda que estamos em uma época onde a notícia está em evidência. “Particularmente desconfio bastante de pesquisas, por mais bem elaboradas que sejam, acredito que grupos de referência em geral (família, amigos, igreja, faculdade, jornalismo), bem como Facebook, Youtube, possuem grandes impactos sobre as informações recebidas e disseminadas. Já recebi fake news de praticamente todos eles, acredito também que cada um acredita mais ou menos e dissemina também aquilo que ela quer ou queria que acontecesse, estamos em uma época de discernimento e sinto as pessoas mais bem informadas, inclusive politicamente.”


O professor e jornalista Joel Corsini, que ministra aulas no Centro Universitário do Sul de Minas (Unis), que inclusive já foi alvo de fake News, acredita que é necessário que as pessoas tomem cuidado ao repassar tudo o que recebem, mas faz uma ressalva quanto a velocidade da sua propagação. “A pesquisa está muito coerente. Diversos familiares e amigos já me enviaram fake news. Todos estamos expostos a essa realidade. Apesar disso, acho que devemos fazer uma análise mais profunda do que simplesmente achar que os problemas são os ‘grupos de família’. As notícias falsas só acham terreno fértil onde não há boa instrução e discernimento. Se todos temos família, a consequência do raciocínio é que a maioria das famílias e das pessoas não conseguem diferenciar uma notícia verdadeira de uma falsa. Aí, o 'buraco é mais profundo'. Temos um problema sistêmico de falta de informação e devemos começar a trabalhar, de modo amplo, para instruir o maior número de pessoas para lidar com isso. É papel do bom jornalismo tomar essa frente.”


A jornalista da Rádio Itatiaia Sul de Minas, Estela Torres, relata que não recebe fake news de seus familiares, mas em contrapartida, como utiliza das redes sociais para o trabalho, recebe uma quantidade considerável de notícias falsas em outros grupos que participa. “No grupo da minha família o nível da conversa é bem elevado. Trocamos informações o tempo todo, e não tem fake news. Em alguns grupos de amigos e colegas de profissão já aconteceu de alguém postar uma notícia falsa, e logo é repreendido ou corrigido. O problema maior pra mim são os grupos populares, que eu participo porque tem grande circulação de informações verdadeiras, útil para o meu trabalho, mas o número de informações falsas é muito maior.”


Um dos autores do estudo, Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), apesar dos dados da pesquisa deixa uma ressalva. "Pode ser apenas que existam mais grupos de família do que grupos de amigos ou de colegas de trabalho e os boatos tenham circulado igualmente em todos eles, mas, como há mais grupos de famílias, nosso estudo tenha apenas captado essa distribuição dos grupos", explicou à reportagem da BBC Brasil.

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